Entrevista: Rey Pila fala sobre parceria com Julian Casablancas, Brasil, e o cenário do rock mexicano

Rey Pila | Foto: Divulgação

Um fenômeno cada vez mais recorrente são as chamadas "bandas de um membro só". Com a constante modernização acelerada de aparelhos, softwares, e ferramentas em geral, a criatividade humana parece não ter limites, e artistas talentosos como Diego Solórzano podem dar vida às suas ideias livremente, sozinhos, executando todas as funções de uma banda convencional: desde a composição das músicas até sua produção, eles mesmos.

Este foi o começo da Rey Pila, banda mexicana que surgiu em 2010 e que, apenas depois de um ano de existência, recebeu mais três membros oficiais em sua formação: Andrés Velasco, Rodrigo Blanco, e Miguel Hernández. Inicialmente, Diego convidou os três rapazes para ajudá-lo a tocar as músicas do primeiro álbum do Rey Pila ao vivo. O entrosamento entre eles foi tão bom que acabaram se tornando membros fixos do grupo, e que estão na Rey Pila até hoje, tornando-a oficialmente um quarteto.


Oito anos, dois álbuns de estúdio e dois EPs mais tarde (além de vários shows ao redor do mundo), o Rey Pila se prepara para o lançamento de seu terceiro disco, que promete muito indie e electronic rock da melhor qualidade. 

Recentemente, conversamos com Andrés Velasco, guitarrista do grupo, sobre o início do Rey Pila, o cenário do rock no México, a parceria da banda com Julian Casablancas e a relação do quarteto com o Brasil:


O nome 'Rey Pila' é bem interessante e original, como vocês o criaram?
Obrigado! Ele foi tirado de uma pintura do Jean-Michel Basquiat, que tinha a frase "King Battery”. 

Como é ser uma banda de synth-pop/dance-rock no México, onde esses gêneros musicais não são muito populares ainda?
Bem, nós fazemos a música que gostamos independentemente de ser popular ou não. Mesmo o gênero não sendo o mais popular no México (pop, música mexicana regional e reggaeton são enormes aqui), o rock, em geral, tem um público bem grande. Festivais de rock são muito bem frequentados no México e bandas como Depeche Mode e The Cure fizeram alguns de seus maiores shows por aqui, por exemplo... Nós cativamos um público fiel no México ao longo dos anos, e temos sido sortudos o suficiente para conseguir levar nossa música para fora do México também.

No que o EP "Lucky No. 7" se difere de trabalhos anteriores do Rey Pila?

Ainda que o som seja bastante “Rey Pila”, nós sentimos que este EP é uma transição, uma ponte, entre o som do nosso EP anterior (Wall of Goth) e o nosso novo álbum (que provavelmente será lançado em 2020), o qual nós achamos que é mais diferente. Nós gravamos muito material e escolhemos 5 músicas para um EP e as outras para um novo álbum. Também tem o fato de que esse novo material foi produzido por nós mesmos, enquanto em álbuns anteriores nós trabalhamos com produtores de fora (Chris Coady, Julian Casablancas, Shawn Everett).


Qual a sua música preferida do "Lucky No. 7”?
Cada membro da banda tem a sua preferida... A minha é "Flames" ou "Disciples IV".


Qual foi a primeira música do "Lucky No. 7" a ficar pronta? E a última?
Flames” foi a primeira música que concluímos dessa nova leva... "Come Over" foi a última.

Como foi o processo criativo do "Lucky No. 7” em geral?
Nós sempre começamos a trabalhar nas músicas no estúdio caseiro do Diego, na Cidade do México. Nós as desenvolvemos lá, e então levamos os singles mais desenvolvidos para um estúdio maravilhoso no Texas, Estados Unidos, chamado Sonic Ranch. Lá, nós estamos no meio do nada, sem as distrações da cidade grande, onde nós podemos discutir livremente e focar nas músicas, gravar novas partes e etc.

Há algum tempo, vocês trabalharam com o Julian Casablancas, vocalista do The Strokes. Como foi essa experiência?
Nós seremos eternamente gratos ao Julian. Ele foi a primeira pessoa do cenário musical de fora do México a notar a nossa banda, e ele colocou muito amor sincero, tempo e esforço na nossa música. Ele é um dos músicos mais talentosos que nós já tivemos o prazer de trabalhar com e, acima de tudo, uma ótima pessoa e amigo.


Vocês pretendem tocar no Brasil no futuro?

Sim! Com certeza! Quando estivemos aí em 2017 com o The Voidz, nós sentimos uma conexão especial com o Brasil, ainda que tenhamos ficado apenas por alguns dias. Nós nos apaixonamos pelo seu país e pelas pessoas.

Como é o seu relacionamento com os fãs brasileiros?
Nós sentimos o amor, e os amamos de volta!

Por favor, deixem uma mensagem para os fãs do Brasil!
[Em português] Olá brasileiros, queremos muito voltar ao seu país com nossas novas músicas e jogar futebol na praia com vocês. Com amor do México, Rey Pila.



Para mais informações sobre o Rey Pila, acesse o site oficial da banda 

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Pauta e entrevista: Andressa Gonçalves.

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