"Discos são como capítulos de um livro que no fim das contas simboliza nossa carreira e vida", confira nossa entrevista com o Dona Cislene

Dona Cislene | Foto: Renato Mori

Brasília é o berço de vários artistas importantes da música brasileira, principalmente de rock, e isso é um fato. Legião Urbana, Capital Inicial, Raimundos, e tantas outras bandas eminentes no gênero, se formaram ou cresceram nas ruas da capital brasileira.

Desde 2013, uma nova promessa do rock nacional surgiu por lá: o Dona Cislene. Com todo o sucesso obtido até agora, a banda deixa de ser uma promessa e começa a se consolidar no lendário cenário do rock brasiliense. O "Dona Cis", como é carinhosamente chamado por seus membros, é um quarteto composto por Bruno Alpino (nos vocais), Guilherme de Bem (na guitarra), Pedro Piauí (no baixo) e Paulo Sampaio (na bateria).

Até agora, o grupo lançou dois álbuns de estúdio. O terceiro será lançado em breve e se chama "Temporei"; algumas de suas faixas já foram, inclusive, liberadas ao público. Além disso, o Dona Cislene acumula inúmeros singles e shows realizados ao redor do Brasil, participações em festivais, e grandes parcerias musicais, como a com Dinho Ouro Preto (vocalista do Capital Inicial) e Digão (vocalista do Raimundos) na canção "Ilha":


A popularidade e o talento da banda fizeram com que ela fosse uma das atrações do Palco Supernova do Rock in Rio 2019, em um show que contagiou a galera e só reforçou a banda como um dos principais expoentes da nova geração do rock nacional.

Alguns dias antes dessa apresentação, o Indieoclock bateu um papo com Bruno Alpino e Guilherme de Bem sobre o novo álbum do grupo, roda punk, parcerias e muito mais. Confira:


Como vocês se conheceram e como a Dona Cislene surgiu?
Bruno: A Dona Cislene se conheceu no colégio. Já eramos amigos mas foi num festival de música da escola que nos juntamos pra fazer nosso primeiro show.

Como geralmente nasce uma música nova no Dona Cislene?
Bruno: Normalmente eu crio a letra e melodia base (violão ou guitarra) em casa. E, ao finalizar, levo pra estúdio pra criarmos com todos os instrumentos juntos. Essa junção é incrível! Ela é a cara da Dona Cislene.

O Dona Cislene recentemente lançou o single "Temporei", que tem o mesmo nome do próximo álbum de estúdio de vocês. A música veio acompanhada de um clipe e nós queríamos saber: Como surgiu a ideia pra esse clipe?
Bruno: Desde o nosso primeiro álbum não fazíamos um clipe tão a vontade! Gravar "Temporei" foi tão natural que muitas vezes esquecíamos que estávamos sendo gravados no meio de tanta zoeira. Nossa vida é basicamente assim! Sempre nos divertindo.

O que vocês podem adiantar pra gente sobre o seu novo disco de estúdio, "Temporei"?
Bruno: "Temporei" é um disco muito pra cima! Com a atmosfera leve e ensolarada. Um típico álbum de rock, porém, cada música com sua peculiaridade e identidade única dentro do universo Dona Cislene. Tem de porrada a dançante! De balada a ska [gênero musical]! Essa mistura de gêneros é muito a nossa cara.

Quais as principais diferenças entre gravar um álbum de estreia e um terceiro álbum?
Bruno: Acho que quanto mais o tempo passa, mais você se entende como artista e pessoa. Suas referências, ambições artísticas, histórias, vivência. Amamos nosso álbum de estreia, ele faz 100% de sentido com o que estávamos passando na época. Os discos são como capítulos de um livro que no fim das contas simboliza nossa carreira e vida.

Sabemos que o novo álbum vai ter algumas participações, e que uma delas foi da banda Scalene. Como surgiu a ideia de convidar o grupo para cantar com vocês na faixa "Santoforte"?
Guilherme: Nós e o Scalene crescemos juntos, na mesma época, mesma cena e cidade. Desde o início sempre fomos amigos e acho que pela diferença de sonoridade, nunca pensamos em fazer algo juntos. No meio do nosso processo de pré produção surgiu "Santoforte", e em algum momento, o Bruno cantou de um jeito mais caricato, que lembrava bastante o Gustavo [vocalista do Scalene]. Comentamos como essa música também tinha a cara deles! No meio da gravação enviamos a música pro Gustavo e ele topou na hora. Muito massa ver que no fim das contas eles se sentem tão parte de Santoforte como nós. Foi incrível!


Como tá a recepção dos fãs de vocês à faixa "Santoforte"?
Bruno: Acho que nossos fãs tão conseguindo transitar com a gente nessas fases entre singles e álbuns. "Santoforte" é uma música muito diferente e cheia de personalidade. Achamos que poderíamos assustar a galera, mas isso não chegou nem perto de acontecer. Adoramos nos reinventar e fazer o não óbvio, sabe? Ir pelo caminho contrário do “comum” pra Dona Cis.

Há alguns meses, o vocalista de vocês, Bruno Alpino, lançou também um projeto solo. Como a banda lidou com essa decisão?
Guilherme: Muito bem! O Bruno tem uma enorme facilidade em compôr, ele vive compondo, acho que ás vezes ele precisa botar essas músicas pra fora. Temos nossos projetos fora da banda, sendo musical ou não, mas nossa prioridade sempre será a Dona Cis.

Falando agora um pouquinho sobre shows, qual é a parte preferida de vocês em uma apresentação ao vivo?
Guilherme: Eu particularmente amo ver uma roda punk sendo formada de cima do palco, é algo mágico é incrível! Me arrepio sempre!

Qual foi o show que vocês mais gostaram de fazer?
Guilherme: Essa pergunta está sendo respondida antes do Rock in Rio... Provavelmente após o Rock in Rio a resposta será outra [risos]. É muito pessoal, eu guardo com muito carinho o lançamento do [álbum] "Meninos e Leões" e a abertura do show do [The] Offspring em São Paulo.

Se vocês pudessem tocar em qualquer lugar do mundo, onde escolheriam?
Guilherme: Aurora Boreal, na Noruega.

Para quem está conhecendo mais sobre o trabalho de vocês por meio desta entrevista, quais 3 músicas do Dona Cislene eles não podem deixar de ouvir?
Guilherme: Temporei, Bateu Bonito e Má Influência.



Para mais informações sobre o Dona Cislene, acesse o site oficial da banda.

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Pauta e entrevista: Andressa Gonçalves.

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