"Eles não gostam de uma garota dizendo a eles o que fazer", Lucy Rose fala sobre a indústria musical, shows no Brasil, fãs e mais!


Lucy Rose | Foto: Divulgação

Um dos principais nomes do folk rock/indie volta ao Brasil em outubro: Lucy Rose! A cantora e compositora já havia passado pelo Brasil anteriormente, com a turnê intimista "Worldwide Cinema Tour". Agora, a britânica vem em uma turnê maior, que passará por mais cidades, e conta com realização da W+ Entertainment

Lucy retorna ao país com a "No Words Left Tour", que além de grandes sucessos da carreira da inglesa, trará novas músicas, pertencentes ao seu disco mais recente, lançado em março deste ano

A turnê passará por Porto Alegre, Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente nos dias 2, 3, 5 e 7 de outubro.

Recentemente, o Indieoclock bateu um papo com a cantora, e conversou com ela sobre suas expectativas para os shows por aqui, seu novo álbum “No Words Left”, a música que não pode faltar na sua playlist e muito mais! Confira:

Oi Lucy, obrigada por conversar com a gente. Então, você está vindo para o Brasil em outubro, né? Como você está se sentindo sobre isso?
Sim! O Brasil é um país muito lindo e as pessoas são maravilhosas, estou muito empolgada!

Poxa, que legal! E o que seria um "dia perfeito" para você?
Ah, primeiramente, um dia ensolarado [risos]. Acordar cedo, com o sol nascendo, fazer uma longa caminhada na natureza com meu cachorro e meu marido, depois ir ao pub com ele (meu marido, não meu cachorro) [risos] e dormir cedo... Um dia bem comum, eu acho, queria ter algo mais interessante pra te contar.

Mas é interessante sim! Quando você tem um dia desses, isso te inspira a compôr?
Ás vezes sim, varia muito, pra ser sincera.

E quando você termina de compôr uma música, qual é geralmente a primeira coisa que você sente?
Várias coisas ao mesmo tempo: medo, empolgação... Depois, vai caindo a ficha de todos os sentimentos pessoais que inconscientemente estão nela.

Como foi o processo de composição do álbum "No Words Left"? Tinha alguma mensagem principal que você queria passar com ele?
Eu estava fazendo outro álbum na época, terminando a turnê do disco anterior e compondo. Essas músicas começaram a surgir e surgir, e pela forma como elas apareceram do nada, eu pensei "Uau, isso é bem pesado! Bem pesado, intenso e difícil de lidar".
Eu percebi que tinha muitos sentimentos que eu precisava lidar, e sentimentos que eu tinha lidado, deixado de lado, e que eu esperava que simplesmente desaparecessem. Eu acho que quando comecei a fazer esse álbum, foi como se minha mente me dissesse que eles não iriam embora: "Você precisa pensar sobre eles, mesmo que seja difícil"; e foi como se eu não conseguisse escrever sobre mais nada além desses sentimentos.


E lançar um álbum pessoal assim, acho que ajuda, não? A lidar com seus sentimentos, entender um pouco melhor o que está sentindo?
Sim, acho que é uma forma de seguir em frente. Eu acho que é algo difícil de processar, na verdade... Entender que você está se sentindo de uma certa forma, porquê, e o que pensar sobre isso. É muito difícil seguir em frente e decidir o que fazer, o que pensar sobre isso e o que esperar que virá disso.

Sem dúvidas. Sobre um outro assunto que desperta sentimentos variados em muita gente: Você acredita que ainda existe uma disparidade muito grande entre como  homens e mulheres são tratados na indústria musical? Ou a situação está se tornando mais igualitária?
Está melhorando, com certeza, mas não se restringe apenas à indústria da música. Está em todos os lugares, literalmente por toda a parte.
Toda vez que fazemos o check-in nos voos, a pessoa que está fazendo o check-in sempre vê o violão e imediatamente fala com o meu marido sobre a música dele e diz algo como "ah, então você é músico?" Imediatamente! Toda vez! A presunção é feita, ou então a hipótese de que eu sou apenas a namorada dele. A garota que está indo junto com o namorado que toca música. 
Tipo, em todas as casas de show que você entra, os homens que estão trabalhando nela geralmente preferem falar com o cara, e preferem que ele peça pelas coisas.
Algumas vezes, homens não levam numa boa quando eu digo "posso ter isto, posso ter aquilo?". Eles não gostam de uma garota dizendo a eles o que fazer. Onde se fosse um cara dizendo alguma coisa, seria adequado. Está melhorando, entende? Mas em um ritmo muito lento ainda.

Eu entendo... Esperamos que o ritmo comece a ser mais rápido daqui para frente...
Sim!

Agora, nós temos algumas perguntas rápidas para você, tudo bem?
Claro!

Responda com a primeira coisa que vier na sua cabeça. [risos]
Tudo bem!

Uma música que é obrigatória na sua playlist?
Eu diria "Pink Moon" do Nick Drake.

Um sonho?
Eu geralmente tenho sonhos muito estranhos, muito estranhos mesmo, quase sempre meio pervertidos, então... [risos]

Ok, vamos pular essa então [risos]. Doce ou salgado?
Salgado.

Preto ou branco?
Branco.

Clima quente ou frio?
Quente.

Uma palavra para definir seus fãs?
Ai meu Deus! Meus fãs são... Ai... Anjos!

Deixa uma mensagem para os fãs que estão super ansiosos pelo seu show em Outubro!
Oi gente, muito obrigada pelo carinho e continuem escrevendo "Come to Brazil" nas minhas redes sociais todos os dias porque isso que me faz rir muito [risos]. Eu estou muito animada para ver vocês em outubro!

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Pauta e entrevista: Andressa Gonçalves
Tradução: Andressa Gonçalves e Sutton Burchell

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