Billie Eilish e a constante sexualização de mulheres na indústria musical

Billie Eilish | Foto: Divulgação

Por que a mídia trata como bizarro, rebelde e excêntrico artistas no qual não se encaixam nos padrões de comportamento de uma “mulher normal”?

Billie Eilish é o alvo da vez, cotada para diversos e notáveis festivais mundo a fora, turnê com muitos shows esgotados e seu nome nas paradas da Billboard, onde recentemente bateu o record de mulher que mais emplacou hits no top 100, são 14 singles no total.

A artista é vista como extravagante e com a justificativa de que é normal para sua idade, aliás, aos 17 anos é comum ser rebelde assim. Bom, o que verdadeiramente não deveria ser tão comum assim são as críticas, comentários e julgamentos voltados a sua aparência. Uma mulher não pode simplesmente querer se vestir como quiser? Para os holofotes, não.

Billie não é primeira nem será a última mulher na ascensão de sua carreira a ser julgada pelo o que veste e por suas atitudes públicas. Cyndi Lauper, Lauryn Hill e Janis Joplin são antigos exemplos da perseguição da mídia e do público ao questionarem e assimilarem grandes artistas a apenas a sua imagem externa. É claro que na nossa geração outras mulheres como Avril Lavigne, Brittany Howard e Lorde tiveram destaque nessa questão, assim como a jovem Billie está tendo agora.

E para surpresa de alguns, não, elas não querem chamar atenção com suas “rebeldias”. Ao que muitos não imaginam ou apenas não param para pensar, essas mulheres querem se ver livres da sexualização dentro de seu próprio ambiente de trabalho. O ponto é, uma mulher não pode se portar diferente do que a sociedade espera que isso já significa que ela está fora dos eixos, e vão exigir o máximo para que ela se “encontre”.

O erro está em inocentemente focar nessas essas questões como algo fora do normal, e no fone de ouvido estar tocando aquele artista acusado de estupro e preso por agressão. Analises precisam ser feitas diariamente por nós mesmo a quais artistas estamos dando a devida atenção. Em respeito as mulheres, é preciso parar de falar sobre “separar o artista da vida pessoal”, agressões e crimes sexuais não são erros perdoáveis.

Billie Eilish não está passando por uma fase rebelde, ela não é excêntrica, é apenas ela mesma. Sua canção “idontwannabeyouanymore” é prova de sua maturidade; uma autocritica e um sincero desabafo.

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