Jake Bugg realmente vai vir ao Brasil? O cantor respondeu ao Indieoclock com exclusividade e ainda deu detalhes sobre novas músicas. Confira:


Jake Bugg | Photo: Jack Antherton

Jake Bugg está de volta! E o Indieoclock não poderia deixar esse retorno passar em branco. Conversamos com o cantor, e ele nos contou absolutamente tudo o que está por vir, inclusive sobre sua vontade de vir ao Brasil, detalhes do novo disco e alguns hábitos pessoais do cantor, que não é nem um pouco rabugento ou com cara amarrada, como dizem por aí. Entre risadas e respostas irreverentes, Jake aproveitou até para dizer uma palavra em português, de livre e espontânea vontade.

Bugg é um cantor, compositor e músico inglês, que ficou bastante conhecido por seu single “Two Fingers”, que chegou a 28ª posição nos charts do Reino Unido em 2012 , e por seu homônimo álbum de estreia, “Jake Bugg”, que alcançou o topo da lista dos mais vendidos, estando entre os 60 álbuns mais comprados nos anos 2012, na Grã-Bretanha.


O cantor já passou pelo Brasil em três oportunidades, as duas primeiras em 2014, uma para show no Lollapalooza Brasil e, alguns meses mais tarde, para três apresentações solo em Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro. E, três anos mais tarde, em 2017, ele retornou ao país para cantar em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. 

Desde então, o artista não retornou a terras brasileiras, o que gera muitos comentários e pedidos dos fãs em suas redes sociais, pedindo que ele retorne ao Brasil. Um desses pedidos aconteceu recentemente no Twitter, onde uma fã comentou em uma foto de Jake dizendo "O Brasil sente a sua falta". Bugg respondeu a fã com "Sinto falta do Brasil. Planejo voltar em breve!"

Por isso, o papo que o Indieoclock bateu com o cantor, não poderia começar de forma diferente. “E aí Jake, você vem mesmo para o Brasil?”. Ele explicou “Nós estamos tentando voltar o mais rápido possível. Ás vezes, o lado logístico das coisas não ajuda, então temos que achar uma forma. Mas esperamos conseguir isso em um futuro próximo e tocar todas as músicas novas pra vocês e algumas antigas também”.


Durante a conversa como um todo, três coisas ficaram bem claras: o amor de Jake pelo Brasil, pelos fãs brasileiros, e pela música. Aproveitando a oportunidade, a gente reforçou para o artista o quanto os fãs brasileiros amam o seu trabalho, e o quanto estão ansiosos pelo retorno dele ao País e ele riu, afirmando mais uma vez que espera conseguir voltar em breve. Então, já sabem né fãs brasileiros? #Partiu pedir shows do Jake por aqui!

O inglês de 26 anos já se apresentou em alguns dos principais festivais de música do mundo, como Lollapalooza, Glastonbury e o Reading and Leeds Festival. Apesar de ainda não ter um retorno certo por aqui, Bugg já está com uma pequena turnê marcada no Reino Unido e afirmou que uma turnê mundial só será possível quando ele lançar mais algumas de suas músicas novas. Ele completou “Eu sinto muita falta de fazer turnês pelo mundo todo, incluindo o Brasil, claro. Então eu tô tentando fazer isso acontecer”.

E quando ele finalmente retornar ao País, vai vir com música nova! Além da recém-lançada “Kiss Like The Sun”, Jake avisou que lançará outras faixas inéditas em breve, a próxima provavelmente em Abril. E um novo álbum que deve ser lançado até o ano que vem:Eu estou trabalhando em um álbum novo. E lançarei músicas novas nos próximos meses, provavelmente lá para Abril. Eu acho que vou ficar lançando músicas e, eventualmente, lançarei um álbum, talvez no ano que vem.”

O cantor contou também o que podemos esperar dessas músicas novas: “[Elas] serão um “mix” de coisas, tem de tudo. Algumas baladas românticas, outras mais melancólicas, e também umas mais agitadas. Tem também algumas músicas mais voltadas pro pop, mas nem tanto, porque ninguém ia gostar disso, inclusive eu. Então vão ter muitas coisas diferentes para escolher [ouvir].”

Quem conhece o trabalho de Jake sabe que vários gêneros musicais já foram atribuídos ao cantor. No entanto, ele não parece se importar muito com esses rótulos, “Eu tenho sido chamado de muitas coisas diferentes, tipo R&B, folk, country e etc, mas eu não presto muita atenção nisso, sabe? Eu acho que eu mesmo e muitas pessoas, em geral, expandem o seu gosto musical e gostam de muitos tipos diferentes”.

Ele complementa ainda que gosta de proporcionar a “mistura mais ampla e atraentepossível em suas músicas, e que os únicos gêneros que ele não consegue incorporar são o hip hop, a música clássica, e o jazz.

O próximo álbum do britânico será o quinto de sua carreira. Antes dele, Bugg lançou outros quatro discos de estúdio: Jake Bugg (2012), Shangri La (2013), On My One (2016) e Hearts That Strain (2017)

Jake contou que sua música preferida do novo disco se chama “Scene”. Ela ainda não foi lançada, mas ele acredita que talvez algumas pessoas já a tenham ouvido no Youtube ou iTunes, o que dá a entender que ele já incluiu esta nova faixa na sua setlist de shows. Quando questionado porquê essa é sua faixa preferida, Jake afirma “Eu gosto muito da melodia. Da letra também. Eu definitivamente sinto ela quando canto.”

Sobre o processo criativo dessa nova “era” que o cantor está começando, ele destacou a importância de conhecer e trabalhar com novas pessoas, e como essas amizades estão influenciando diretamente em sua sonoridade “eu tenho trabalhado com várias pessoas diferentes. Eu estava ficando meio cansado de trabalhar sozinho, então conheci pessoas novas, fiz alguns amigos, e começamos a criar coisas diferentes, que eu nunca tinha feito antes. Tem sido muito divertido fazer este álbum, e eu acho que esse lado divertido fica aparente nas músicas também.”

Ele ainda acrescentou que está ansioso para os fãs ouvirem as novas músicas e que ele espera “que os fãs gostem delas”.


E então, voltamos ao ponto de partida dessa nova fase, a canção “Kiss Like The Sun” que, além de mostrar traços característicos da identidade musical do cantor, traz bastante curiosidade sobre o que podemos esperar dessa nova fase de Jake. Sobre o videoclipe oficial da canção, ele contou que já conhecia o trabalho de Liam King, com quem trabalhou, e que as ideias vieram todas do diretor. Jake afirma que confiou totalmente no trabalho de Liam e que ficou muito feliz com o resultado, pois ele conseguiu capturar bem o sentido da música e traduzir isso no clipe.

Outra música que faz parte dessa nova fase de Jake é sua parceria com a dupla CamelPhat no single "Be Someone". Ele  comentou que adorou trabalhar com o duo na canção e que gostaria muito de trabalhar com eles novamente no futuro.

Ele também falou sobre a possibilidade de parcerias no novo álbum “Eu estou focado nesse álbum novo, no ponto onde estou testando algumas coisas, vendo se preciso mudar algo, e vendo o que acontece. Seria legal ter uma ou duas parcerias nele, mas ainda não tem nada certo”.

Vale lembrar que Bugg já colaborou com outros grandes nomes da música como o compositor Iain Archer, os bateristas Chad Smith (Red Hot Chili Peppers) e Pete Thomas (Elvis Costello), além de Dan Auerbach (The Black Keys), que produziu o disco "Hearts That Strain".


Indo para uma etapa mais descontraída da entrevista, conversamos sobre o que o músico gosta de fazer em seu tempo livre. Como muita gente sabe, e Jake já fez questão de afirmar em várias ocasiões, jogar e assistir futebol são dois de seus principais hobbies.

No dia em que conversamos, ele também tinha um tempo livre, e contou que planejava fazer exatamente isso, assistir a uma partida de futebol. Além disso, ele disse gosta de ir ao bar, tomar uma bebida, jogar no computador, mas que, o que ele mais faz mesmo no tempo livre é compôr, porque é a “é a coisa preferida de fazerdele.

De forma muito descontraída, Bugg contou ainda que nunca precisou interromper uma partida de futebol ou jogo online para anotar ideias relâmpago que teve para uma música, e que, quando está jogando, foca 100% nisso, porque segundo ele “é assim que você faz os gols”.

Jake também destacou a importância que esses hobbies tem para sua criatividade, e que esse descanso, ás vezes “É muito bom eu me distrair um pouco de tudo, sabe?”, porque é assim que ele consegue ter ideias diferentes na hora de compôr.

E quando a criatividade bate e novas músicas chegam, vem o seguinte dilema: gravar as novas inspirações ou estar em turnê? Jake responde de forma diplomática “Eu gosto bastante dos dois! Mas o que é legal agora é que tenho turnês solo, elas não são muito loucas, e no tempo livre [nelas] eu estou no estúdio. Então é um equilíbrio legal. Mas eu também gosto de escrever músicas, de estar no estúdio. Ao mesmo tempo em que também é legal me apresentar pro público.”

Depois de mais de 12 anos nos palcos, é quase impossível não fazer uma retrospectiva, voltando para quando tudo começou, há alguns anos. Quando questionado sobre as principais diferenças entre o Jake do início da carreira e o Jake de agora, ele não titubeia: “Agora eu acho que eu estou muito mais confiante no palco”. E continua “Eu sinto que eu consigo conversar melhor com o público… Porque no fim das contas eu sou um músico, não sou muito bom em entreter. Também eu toco um set muito maior, porque eu tenho mais material pra tocar. E eu gosto de pensar que eu melhorei como cantor e como músico também, por causa de todos os anos na estrada e todos os shows também.”

"E você costumava ficar nervoso ao subir no palco, quando começou?" É a próxima pergunta. Que com muito bom humor, ele responde “Não chegava a ser um medo de subir no palco, mas eu era mais reservado e tímido. Acho que eu fico mais nervoso antes de uma partida de futebol do que de um show, acredite ou não…

Com incredulidade vem a insistência: “Sério?”. E ele continua “A música… É como se ela estivesse sempre ali, sabe? Eu faço shows desde os 14 anos… Alguns shows eu fico nervoso antes, mas eu sei que quando eu subir no palco vai ficar tudo bem, então eu não me preocupo muito. Mas um pouco de nervosismo sempre ajuda […], porque é assim que você tem aquela adrenalina. Acho que se você se sente extremamente confiante, você tem a impressão de que não está fazendo alguma coisa certa.”

Errado Jake não está, não é mesmo? A conversa terminou com um "obrigado" (em Português) muito bem pronunciado pelo cantor.

Para mais informações sobre Bugg e os próximos passos de sua carreira, fiquem ligados no Indieoclock. Lembrando que conversamos com ele também em 2017, e você pode conferir aqui:


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Pauta: Tati Teixeira
Entrevista e tradução: Andressa Gonçalves

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