Sam Fender: A incrível arte de ligar o F*D@-SE ao sistema








 Por: Victor Matheus

Artigo de Opinião

O cantor britânico Sam Fender é um dos maiores nomes da geração e um dos mais renomados no Reino Unido. Lotou festivais, foi headliner, tem 2 álbuns lançados, bastante singles, é ouvido mensalmente por mais de 4 milhares de pessoas no Spotify e encanta os ouvintes com um estilo indie pop rock e vibe anos 80, muitos diriam o novo Brandon Flowers, talvez.

O interessante disso tudo são suas letras, todas anti políticas, mesmo sempre falando de questões sociais. Será que no Brasil ele arrastaria multidões? Ora, para cá, parece que tem que estar alinhado com alguma ideia política ou lado. O sertanejo é mais identificado com a direita e conservadorismo. O pop, funk, MPB, rock é mais identificado com a esquerda e o progressismo. Basta ver shows e festivais, é nítida a politicagem de ambos os lados nos palcos. O povo brasileiro parece que gosta disso de representatividade, até no futebol tem sido cobrado isso. Não estou julgando nada! Mas fica a pergunta, e Sam Fender, teria espaço no Brasil? 

Se prestarmos atenção em algumas canções de Sam Fender, fica brutal a discordância dele com a política e ele mesmo critica isso em suas canções, alem da critica sobre a superficialidade da sociedade. Sam Fender é um jovem que pensa como um senhor DEVERIA pensar ao longo de sua evolução intelectual na vida. Olhe as seguintes letras:

Trecho traduzido da canção "Aye" álbum "Seventeen Going Under":

Eu não sou mais um fodido patriota
Eu não sou mais um fodido cantor
Eu não sou mais um fodido liberal
Eu não sou mais porra nenhuma ou ninguém.



Aqui é visível sua revolta e não identificação com nada, nem direita e nem esquerda. Patriota, lá fora, é termo de direita. Liberal, lá fora, é termo de esquerda.

Em "White Privilege" do álbum "Hypersonic Missiles", ele canta, em versão traduzida:

"Diante da esquerda e da direita, feito para os brancos privilegiados
Assinando petições online, pensando que estou fazendo a diferença".

Na mesma canção, ainda tem, versão traduzida:

"Minha geração foi enganada, os jovens foram deixados de fora
"Mentiras dos dois lados da cerca me deixaram completamente abandonado
Minha bio diz figura pública, leve e completa, confira minha figura
Nem sei por que eles são famosos
Mas Deus, eles são tão divertidos
Eu quero copiar o que você come, como você se veste, quem você fode
Quero ser qualquer um menos eu".



Sam Fender, aqui é claro ao dizer que os 2 lados do sistema manipulam os jovens, eles mesmos são os bracos privilegiados e que toda a superficialidade das mídias sociais faz o indivíduo perder a própria identidade e esquecer tudo isso.

Em uma outra canção "Poundshop Kardashian", veja:

"Eu bebo e vejo o zoológico em movimento
Pessoas bonitas desprovidas de emoção".

"Nós assistimos quando tudo desmorona, Nós idolatramos idiotas, Masturbar-se para suas fitas de sexo, Nós os amamos, nós os odiamos, Queremos vê-los cair da graça".

Sam Fender critica a total falta de essência, alma, emoção, a queda da mentalidade humana, quando tudo se torna amar ou odiar uma personalidade, que por muitas vezes, são vazias nas redes, segundo Sam canta em suas canções. Também critica a "Beautiful People", o culto ao corpo e toda a materialidade. Assista ao clipe:


Com tudo isso, com todas as provas de que Sam Fender tem a incrível arte de ligar o f*d@-se ao sistema, qual é o motivo dele ser tão subestimado e será que aqui no Brasil ele teria chance de explodir de forma meteórica sem estar alinhado a uma ideologia e aos costumes sociais?

Sam Fender mostra o quanto é complicado para um artista pensar independente e ser livre de qualquer bolha da sociedade. 

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