Crônica


Parados em São Paulo

Lembro quando eu era criança, em 2012 estava ainda com meus 10 anos, foi quando li a notícia 30 mil veículos trafegam pelas ruas de São Paulo, eu pensava nenhum deles é meu, meu sonho era ter um carro, ir para todos os lugares sem depender de ninguém, poder colocar minha Ferrari no máximo de velocidade e sair loucamente pelas estradas cantando alto meus pneus . Então completei 18 anos e já estava pronto para obter minha carteira de motorista e consequentemente meu automóvel, mas veio o primeiro transtorno, tirar a habilitação, mas até aí sem problemas, cá entre nós, meu pai sempre foi rico e eu realmente não precisava passar por todas aquelas burocracias, comprei  a carta e logo em seguida ganhei minha máquina veloz.
No ano de 2020 eu era mais um dos 70 mil carros parados no trânsito de São Paulo, nessa altura do campeonato não fazia o menor sentido para eu ter um carro que corria a 400 km/h, afinal andar a 40 km/h já era muito difícil, mas o reconfortante é que eu estava no ar-condicionado e a classe média na lata de sardinha sobre rodas, e meu carro era sensacional então eu preferia muito ir dirigindo-o a pegar carona com meu pai quando íamos para o mesmo lugar.
Hoje 2070, estou com 78 anos e já não dirijo mais, se é que um dia dirigi, meus netos falaram que agora já nem se usa mais esses veículos,  a inovação são os carros voadores, e a socialite está livre de trânsito, já a classe média alguns estão esperando a continuação da linha amarela do metrô e outros parados no congestionamento enquanto nós ricos passamos por cima deles.


Crônica produzida para a Professora Iêda. 

Por: Tatiane Teixeira. 

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